29 de outubro de 2018

RESENHA: Negra Nua Crua

Editora: Ijumaa
Autor(a): Mel Duarte
Número de Páginas: 76

Sinopse: Em versos que retratam as inquietações, provocações, sensações, angústias e prazeres da vida pela ótica de uma mulher negra, a obra é dividida em três capítulos que dão título ao trabalho. Em "Negra", a autora problematiza questões raciais, o preconceito e a solidão da mulher negra. "Nua" trata de desejos, sensações e prazeres. Por fim, em "Crua", o lado visceral e combativo da poeta se revela.

Olá gente lindaaa!
Quem acompanha o blog (ou apenas conferir as resenhas disponíveis) sabe que eu não sou muito "chegada" das poesias, mas recentemente tenho me interessado mais por esse tipo de expressão verbal... e tenho amado.
"Negra Nua Crua" é o segundo livro publicado da poeta brasileira Mel Duarte, e retrata muito da realidade da mulher negra, suas lutas, suas conquistas, sua resistência...
Acho que eu não poderia trazer a resenha desse livro em melhor hora, já que estamos em tempos tão estranhos, enfrentando a confusão dos espíritos, tanto apagamento da história, tanto ódio gratuito... tanta gente tentando fazer com que sintamos vergonha de existir, medo de existir.
Eu sou branca (como vocês sabem), por isso nada sei sobre a luta de uma mulher negra, mas sou mulher... sei bem o que é ser mulher na nossa sociedade. E temo pelo que ser mulher nos tempos vindouros.

Diferentemente dos outros livros de poesia feminista que resenhei aqui (O que o sol faz com as flores e A princesa salva a si mesma neste livro), "Negra Nua Crua" é um pouco diferente, tem uma cadência diferente, mais ritmada.... e eu praticamente consegui visualizar cada poesia sendo declamada em um slam ou cantada na forma em um belo rap.
Abaixo apresento os trechos que mais me marcaram em cada uma das três partes que compõem e dão nome ao livro: Negra, Nua e Crua.

18 de outubro de 2018

Na Telinha ou na Telona... #138 - Wife I Know [DORAMA]

Olá gente lindaaaa!
Vamos falar de coisa boa? Vamos falar de dorama bom?
A indicação de dorama da vez é "Wife I Know", também conhecido como "Familiar Wife" e "Knowing Wife", um k-drama sobre casamento, sobre destino, sobre... viagem no tempo. Isso mesmo, daquelas histórias cheias de reviravoltas ao estilo "efeito borboleta". Quem assistiu "Manhole" e "Go Back Couple" (e amou, assim como eu), com certeza vai amar "Wife I Know"
Ah, mas se você não assistiu a nenhum dos doramas citados, mas ficou babando na atuação de Ji Sung em "Kill Me, Heal Me" (em que ele interpreta SETE personalidades diferentes), com certeza não vai se decepcionar ao dar uma chance para o novo trabalho do autor (e já aproveito para indicar outros doramas em que ele arrasou: "Protect the Boss", "Secret", "Entertainer").
"Wife I Know" tem apenas 16 episódios, que foram exibidos de 1º de agosto a 20 de setembro de 2018 na emissora sul-coreana TvN.

Sinopse: O bancário Cha Joo Hyuk e a esposa dele, Seo Woo Jin, estão casados há cinco anos. Todos os dias, Cha Joo Hyuk lida com um chefe mandão no trabalho e quando chega em casa é recepcionado pela a esposa irritadiça. Ele anda cansado da velha rotina e começa a pensar em uma maneira de escapar disso. Um dia, Cha Joo Hyuk toma uma decisão que altera a vida dele para sempre. Não é apenas a vida do casal que muda, muda a vida do melhor amigo do Cha Joo Hyuk, Yoon Jong Hoo, e a vida do primeiro amor dele, Lee Hee Won, também. Com tudo mudado, ele se vê levando uma vida completamente diferente. Agora, Cha Joo Hyuk tem que decidir o que ele quer de verdade.

ELENCO PRINCIPAL:

- Ji Sung como Cha Joo Hyuk (funcionário de um banco, casado e pai de dois filhos; está infeliz no casamento e coloca a culpa disso na esposa);
- Han Ji Min como Seo Woo Jin (uma mulher casada que tenta o seu melhor para equilibrar entre carreira e a vida familiar. Ela é casada com Joo Hyuk há cinco anos e tem dois filhos);
- Kang Han Na como Lee Hye Won (primeiro amor de Cha Joo Hyuk; na época de faculdade era violoncelista);
- Jang Seung Jo como Yoon Joong Hoo (melhor amigo e colega de trabalho de Joo Hyuk. Sua vida é mudada completamente junto com Joo Hyuk devido a um incidente inesperado);
- Park Hee Von como Cha Joo Eun (irmão mais nova de Cha Joo Hyuk);
- Oh Eui Sik como Oh Sang Sik (amigo de Cha Joo Hyuk Yoon Joong Hoo).


Minha opinião: Amei! Amei! Amei!
Ah, eu já comentei que sou apaixonada por viagem no tempo? Já, né?! Pois bem, assim que li a sinopse de "Wife I Know" eu já tive certeza de que eu iria amar esse dorama. E não deu outra. 
A trama gira em torno de Cha Joo Hyuk um trabalhador comum, casado e pai de dois filhos pequenos. Ele se sente sobrecarregado, pressionado, estressado e etc. tanto no trabalho quanto em casa. Na verdade, em casa é ainda pior... a esposa, Seo Woo Jin, está sempre estressada, sempre de mal humor, sempre gritando. Ele mal consegue enxergar nela a mulher por quem se apaixonou doze anos atrás.
Woo Jin, por sua vez, se sente sobrecarregada pela jornada tripla, já que cuida da casa e dos filhos (sem a ajuda do marido, que só pensa em trabalho, que está sempre ausente...) e ainda trabalha fora. Mas é claro que Joo Hyuk não vê as coisas por esse ângulo e só consegue ver a esposa como um monstro. O monstro que faz de sua vida um inferno.
Certo dia, após ganhar umas moedas de 2006 (fabricadas em 2006) de um "maluco" no metrô, ele acaba voltando ao passado. Na primeira vez que isso acontece ele tem certeza que se trata apenas de um sonho, mas alguns detalhes acabam fazendo com que ele tente voltar no tempo mais uma vez. Vendo que não se trata de um sonho, ele toma uma decisão: vai mudar sua história! E faz exatamente isso, muda sua história... e muda de esposa.

1 de outubro de 2018

RESENHA: Norte e Sul

Editora: Martin Claret
Autor(a): Elizabeth Gaskell
Número de páginas: 744

Sinopse: Margaret Hale é uma mulher forte, filha de um ministro religioso, que se muda para a cidade de Milton, no norte da Inglaterra. Margaret vê o sul, lugar onde nasceu como símbolo do idílio rural, o triunfo da harmonia social e do decoro. Imagem que se contrapõe com o norte e seu ambiente sujo, rude e violento. Ela se depara com a difícil realidade da população local, encontra novas amizades e o surgimento de uma crescente atração por John Thornton, dono de uma fábrica têxtil.

Olá gente lindaaa!!
Já faz um tempinho que concluí a leitura dessa romance social sensacional, mas só hoje consegui um tempinho pra vir aqui dividir mina experiência de leitura com vocês.
"Norte e Sul" foi o livro livro da segunda edição da #LeituraColetiva organizada por mim e outras blogueiras (mais informações aqui e aqui). E... que surpresa boa!

"Norte e Sul" é um clássico escrito em 1854, mas publicado no Brasil apenas em 2011. Eu conheci a história, anos atrás, por meio da adaptação televisiva do romance, produzida pela BBC em 2004. Desde então decidi que leria o livro (embora na época ainda não houvesse nenhuma edição publicada no Brasil). Então, quando foi preciso decidir qual seria segunda leitura em conjunto, não precisei pensar muito para sugerir que lêssemos um dos romances mais famosos de Gaskell

No início do livro, quando conhecemos Margaret Hale, a jovem de 19 anos que foi criada em pelos tios em Londres e agora acaba de voltar "para casa", para  viver novamente com os pais no interior rural da Inglaterra, confesso que lembrei de "Mansfield Park", de Jane Austen. Mas, que bom que a semelhança entre os dois romances para por aí. Diferentemente da "apagada" Fanny Price, Margaret é uma personagem com muita personalidade, muita força, muita bondade e um tiquinho de "nariz empinado".
Margaret mal acaba de se restabelecer em seu lar de infância, de onde tanto sentia falta e precisa lidar com mais uma mudança. Seu pai, um pároco querido pela vizinhança e famoso por seus sermões, decide que deixar de pregar, ele tem dúvidas quanto ao que sempre acreditou e não se sente confortável em continuar sendo um pároco. Assim, após algumas providências, ele parte com a esposa e a filha para Milton, uma cidade industrial. Ele não poderia ter escolhido um lugar mais diferente de Helstone, onde vivia com a esposa.
"As carruagens tinham mais ferragens e menos madeira e couro em volta dos cavalos. As pessoas nas ruas, embora apresentassem um ar divertido, tinham a mente preocupada. As cores pareciam mais cinzentas, mais resistentes, não tão alegres e bonitas." (página 113)