Editora: Galera Record
Autor(a): Corey Ann Haydu
Número de Páginas: 320
Sinopse: Bea foi diagnosticada com transtorno obsessivo-compulsivo. De uns tempos pra cá, desenvolveu algumas manias que podem se tornar bem graves quando se trata de... garotos! Ela jura que está melhorando, que está tudo sob controle. Até começar a se apaixonar por Beck, um menino que também tem TOC. Enquanto ele lava as mãos oito vezes depois de beijá-la, ela persegue outro cara nos intervalos dos encontros. Mas eles sabem que são a única esperança um do outro. Afinal, se existem tantos casais complicados por aí, por que as coisas não dariam certo para um casal obsessivo-compulsivo? No fundo, esta é só mais uma história de amor... e TOC.
Olá gente lindaaa!!
Hoje venho falar sobre um livro que foi uma grata surpresa. Como vocês sabem, o blog não está mais entre os parceiros da editora Galera Record, mas ainda assim, de vez em quando, a editora me surpreende ao enviar algum de seus lançamentos. Foi o que aconteceu com "Uma história de amor e TOC". Confesso que se eu tivesse a chance de escolher algum livro da editora, talvez eu passasse bem longe desse, mas a partir do momento que o tive em mãos e li as orelhas, foi impossível adiar a leitura. Que bom!
"Para minha sorte, não entro em pânico em espaços pequenos e escuros ou qualquer coisa parecida. Sou um tipo de diferente de louca." (página 7)
Essa é, simplesmente, a primeira frase do livro. Portanto, já iniciamos a leitura sabendo que a protagonista não é o que podemos chamar de garota comum.
Vocês ficariam surpresos com o quanto eu me identifiquei com a protagonista, que só para constar, foi diagnosticada com TOC. Não sei se eu deveria ficar preocupada com essa constatação, mas...
Bem, desde o início sabemos que Bea passou por alguma situação que, de algum modo, a fez ficar como está no momento: cheia de problemas e manias peculiares.
Não sabemos ao certo o que aconteceu, as sabemos que tem relação com dois garotos que passaram por sua vida, Jeff e Hurt, mas Bea não entra em detalhes. Bem, quais são esses problemas a quem me refiro? Além de ser extremamente cuidadosa no trânsito (está aí um ponto com o qual me identifiquei mais do que gostaria de admitir) e o medo de machucar as pessoas, Bea é um tipo diferente (pior) de stalker.
"Com-pul-são, ouvi a Dra. Pat dizendo na minha cabeça, um diagnóstico que me recuso a ouvir." (página 42)
Ela não sabe explicar qual é gatilho que a faz ficar obcecada por alguém, mas isso pode acontecer com qualquer pessoas que cruze o seu caminho. Não há um protocolo ou como evitar, ela simplesmente pode olhar para alguém e essa pessoas se destacar dentre as demais. Aí pronto, ela precisa saber tudo sobre ela e, frequentemente, precisa saber se essa pessoa está bem, se está em segurança.
Então ela simplesmente anota tudo sobre eles e faz as coisas mais loucas para apenas vê-los e garantir que estão bem. Ela anota outras coisas também, possui um caderno para cada tipo de anotação. Por exemplo, ela não consegue evitar anotar, colar reportagens ou quaisquer informações que provem o quanto o ser humano é imprevisível e pode ser perigoso. Ela pode ser um perigo às pessoas. Por isso ela dirige muito abaixo do limite mínimo de velocidade, por isso ela evita qualquer objeto que possa ferir alguém. Ela não é segura, Ninguém é.
"Não que eu não sinta pena de meninas que sofreram maus-tratos. Mas sinto um pouco de inveja também, porque elas sabem por que fazem o que fazem. Sabem o que tanto temem, o que fez de suas mentes um labirinto tão estranho de regras e terrores e soluções malucas para problemas que realmente não podem ser resolvidos. Não tenho essa (falta de) sorte." (página 62)
Seu mundo, já instável, fica ainda mais confuso quando ela conhece Beck. Em uma festa no ginásio de seu colégio, após um "apagão", Bea acaba ajudando um garoto que está tendo uma crise de pânico, pode parecer irônico, mas ajudá-lo impediu que Bea tivesse sua própria crise. Sem ter a chance de ver o rosto do garoto - e ainda assim tê-lo beijado - Bea não poderia ficar mais desconcertada ao reencontrá-lo em sua primeira sessão de terapia em grupo. Isso mesmo, Bea e Beck são pacientes da mesma terapeuta, ambos diagnosticados com TOC: Transtorno Obsessivo Compulsivo.
"Ele é impenetrável e assustado com a mesma intensidade, É a dose perfeita de fodido." (página 135)
"Acho que para algumas meninas se apaixonar é uma espécie de fraqueza, uma vontade de desistir de todo o resto. Mas para mim, na minha forma e corpo e coração, se apaixonar é o oposto. É a coisa mais forte que já fiz." (página 274)
***
Li algumas resenhas não muito positivas sobre o livro, nas quais a maior reclamação é o fato de que algumas coisas não foram muito bem explicadas, como o desconforto de Bea perto de tesouras, faca ou qualquer objeto pontiagudo. Bem, o motivo não está explícito, mas eu consegui entender. E, mesmo que nem tudo esteja no papel, é justamente essa a graça da história. O TOC nem sempre tem uma grande rezão de existir, nem sempre há uma explicação. Ele só está lá.
O que eu mais gostei, definitivamente, foi o humor ácido da protagonista, sua necessidade de dizer o pensa, às vezes em momentos inoportunos e desconfortáveis. Beck também é uma graça, e foi fofo acompanhar seu progresso (e suas digressões). Foi bom acompanhar o modo como uma foi curando o outro (ou fazendo ter uma recaída).
Classificação:
***
Espero que gostem!!
Beijos e amassos!!