Autor(a): Margaret Atwood
Número de páginas: 368
Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.
Olá gente lindaaaaa!!
Para encerrar o ano de 2018 (e todas as bizarrices que aconteceram ao longo desse ano, como a eleição do coiso, por exemplo), finalmente trago a resenha de "O conto da aia", que foi o livro lido na terceira edição da nossa #LeituraColetiva.
Preciso começar essa resenha dizendo o quanto fiquei surpresa-assustada-apavorada com o fato de o livro, mesmo tendo sido escrito há mais de 30 anos, se mostra tão atual, tão possível... tão profético (?).
Na primeira parte do livro pouca coisa acontece. Basicamente conhecemos o cotidiano de Offred, que ao que tudo indica é um tipo de serva. Mas, no geral, é tudo muito vago. Pelo fato de o cotidiano de Offred ser monótono, cheio de dias repetitivos, confesso que fiquei aflita por mais informações, mais detalhes. Sou muito curiosa, não consigo evitar.
A princípio, o que sabemos é que a história se passa em uma sociedade teocrática em que as pessoas são divididas e classificadas e devem (querendo ou não) viver de acordo com aquilo que lhes é estipulado. Offred, por exemplo, é uma aia. E suas funções são explicadas mais adiante: ela tem a função de viver discretamente na casa de seu Comandante e cumprir com seus deveres "sexuais" uma vez por mês, em um tipo de ritual bizarro, na presença da Esposa (como são chamadas as esposas dos comandantes, sempre sem um nome próprio que as diferencie), a fim de lhe dar um filho (que, claro, será criado pelo Comandante e a Esposa, enquanto a aia será enviada para outra casa, a fim de oferecer um filho a outra família). Aias são, portanto, meros receptáculos.
"Meu nome não é Offred, tenho outro nome que ninguém usa porque é proibido. Digo a mim mesma que isso não tem importância, seu nome é como um número de telefone, útil apenas para os outros; mas o que eu digo a mim mesma está errado, tem importância sim. Mantenho o conhecimento desse nome como algo escondido, algum tesouro que voltarei para escavar e buscar, algum dia." (página 103)