5 de maio de 2014

RESENHA: 12 Anos de Escravidão

Editora: Seoman (Grupo Pensamento)
Autor(a): Solomon Northup
Número de Páginas: 232

Sinopse: A obra que originou o filme 12 Anos de Escravidão retrata a história de Solomon Northup, um homem negro nascido livre nos Estados Unidos, que após ter recebido uma falsa proposta de trabalho, foi sequestrado, drogado e comercializado como escravo, e passou doze anos em cativeiro, trabalhando, na maior parte do tempo, em uma plantação de algodão na Louisiana. Após seu resgate, Northup, com uma escrita simples e ágil, retrata os registros excepcionalmente vívidos e detalhados da vida de um escravo. Este é um dos poucos retratos da escravidão americana, redigido por alguém tão culto quanto Solomon Northup — uma pessoa que viveu sua vida sob a óptica de uma dupla perspectiva: ter sido tanto um homem livre como um escravo. 

Olá gente lindaaaaa!!!
Após um bom tempo, consegui finalizar a leitura de "12 Anos de Escravidão"! Por ser uma leitura mais 'forte', um relato real de um período nada agradável, eu acabei intercalando a leitura com outros livros e, somando-se a isso as 6565786876979807 leituras que tenho feito para a faculdade, a leitura desse livro acabou se estendendo demais.

12 Anos de Escravidão é um relato, escrito em primeira pessoa, sobre a vida de Solomon Northup, um negro nascido livre nos estados do Norte dos EUA, que acerta altura de sua vida, foi enganado, sequestrado, foi enganado e levado até os estados do sul, mais especificamente à Lousiana, onde a escravidão ainda era vigente.
"Por quanto tempo permaneci naquela condição - quer tenha sido apenas uma noite, ou vários dias e noites -, eu não sei; mas, quando recuperei a consciência, encontrei-me sozinho, em meio à mais completa escuridão, e acorrentado." (página 26)
Vendido à um traficante de escravos, Solomon tentou explicar sua condição, dizendo que havia nascido livre, mas o que recebeu após essas palavras foi um açoitamento do qual jamais será capaz de esquecer. Assim, ele aprendeu a se calar. Durante 12 anos.
Ao longo de 230 páginas, conhecemos intimamente a vida de um escravo, mais maltratado que um animal, mas igualmente valioso a qualquer fazendeiro. Ao longo doa longos 12 anos em que esteve reduzido à Escravidão, Solomon passou pela posse de diversos senhores, podendo assim concluir que nem todos são cruéis, embora apenas uma pequena parcela tenha consciência de que os negros, ainda que escravizados também eram gente.
Entretanto, grande parte dos relatos aponta para a maldade humana, a equivocada crença de que a cor da pele define aquele que é um ser humano pensante e aquele que serve apenas como 'burro-de-carga'. Os brancos do sul julgavam que os negros era ignorantes, incapazes de raciocinar, de elaborar um único pensamento coerente, mas, uma vez que desde o nascimento são condicionados ao trabalho braçal, à submissão diante de seu senho e à condição de mera propriedade, sendo excluídos de toda e qualquer instrução, como esperar que essas pessoas desenvolvam o intelecto?
"A vida é  preciosa para qualquer criatura vivente: até mesmo o verme que rasteja sobre a terra lutará por ela." (página 94)
Tendo que aprender a se submeter a um tratamento sub-humano, a ser açoitado pelo mais insignificante motivo e a 'respeitar' o seu senhor, Solomon vive 12 anos de sua vida em constante espera.... à espera de um salvador, à espera de sua libertação. Ao longo desse período Solomon conhece muitas pessoas, muitos escravos, que têm suas vidas relatadas superficialmente neste livro. Não sei dizer qual história me emocionou mais: a mãe separada dos filhos e que definhou dia após dia de tanta tristeza, a jovem escrava que era objeto de ciúme de sua senhora e por isso era submetida a diversos sofrimentos diariamente... tantos escravos que nunca conheceram o sabor da liberdade. 
"Não é tanto por culpa do escravista que ele seja cruel, quanto isto é devido ao sistema sob o qual ele vive. Ele não pode resistir à influência dos hábitos e associações que o cercam. Instruído, desde a mais tenra infância, por tudo o que ele vê e ouve, que a vara serve para golpear as costas do escravo, ele não estará apto a mudar de opinião em seus anos de maturidade." (página 145)
***
Eu recomendo a leitura, sem dúvida, desde que o leitor não espere uma narrativa romanceada. O livro é recheado de cenas angustiantes e repulsivas. Sim, repulsivas. A meu ver é imperdoável que o ser humano se ache no direito de subjugar seu semelhante baseado na diferença de cor, ou qualquer outro motivo. 
Embora o narrador opte por não dar demasiados detalhes, poupando o leitor de descrições excessivamente violentas, é impossível não se comover e não tomar partido do sofrimento desse homem e tantos personagens presentes na história. Seria maravilhoso se as pessoas aprendessem com essa história e colocassem um fim à escravidão, que mesmo camuflada (ou será que nós fingimos não ver?) que ainda existe.
"A esperança de ser resgatado era a única luz a trazer algum conforto ao meu coração. Esta era uma luz vacilante, tênue e baixa. que apenas mais um sopro de desapontamento poderia extinguir definitivamente, relegando-me à trevas, até o final dos meus dias." (página 167)

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

 

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