Autor(a): Mark Helprin
Número de Páginas: 719
Sinopse: É possível amar alguém tão plenamente que a pessoa não pode morrer? Entre o amor e o destino, entre a luz e a escuridão, milagres podem acontecer! Em uma noite especialmente fria, o exímio mecânico – e larápio – Peter Lake consegue invadir uma mansão do Upper West Side que mais parece uma fortaleza. Ele pensa que não há ninguém em casa, mas a filha do dono o surpreende em plena ação. Assim começa o romance entre o ladrão de meia-idade e Beverly Penn, uma jovem que tem pouco tempo de vida. O amor que os une é tão poderoso que levará Peter Lake, um homem simples e sem instrução, a desejar parar o tempo e trazer os mortos de volta. Surpreendente e intenso, "Um Conto do Destino" nos transporta do século 19 ao final do século 20, na virada do milênio. Os personagens se encontram e se perdem ao sabor do destino, que insiste em brincar com aqueles que encontra pelo caminho. Uma pintura mágica da beleza e do amor, sobre a morte que desafia e sobre a vida que se afirma sobre ela.
Olá gente lindaaaa!
Finalmente, e FINALMENTE mesmo, eu consegui concluir a leitura de "Um Conto do Destino" e... Ufa! Confesso que estou me sentindo livre! (isso não significa que não gostei do livro, ok?!)
Quem teve a oportunidade de ter o livro em mãos, sabe o tamanho 'da criança'. 720 páginas recheadas de descrições minuciosas de praticamente tudo, o que faz com que a leitura não flua tão facilmente e rapidamente. Não é um livro que se devora em poucas horas de leitura, ele deve ser degustado e, apesar da escrita profunda e até poética do autor, a leitura requer paciência e força de vontade.
Pela primeira vez em muito tempo eu não sei exatamente o que colocar ou não nessa resenha. O livro é tão grande e as coisas demoram tanto a acontecer que eu não tenho certeza sobre o que é ou não é spoiler.
"Fui até outro mundo e retornei. Escute o que tenho a dizer." (página 8)
O livro é recheado de várias personagens muito bem construídas, muitas passagens emocionantes e poéticas e cada detalhe faz diferença no resultado final da trama. Em um primeiro momento podemos pensar que o protagonista é Peter Lake, o mecânico que virou ladrão no final do século XIX e que é perseguido por seus antigos companheiros de trabalho (sim, ladrões) por conta de uma traição. Há também o cavalo branco capaz de saltar a uma distância de dois quarteirões e que por diversas vezes recebe do autor descrições humanas. Beverly, a jovem de apenas 18 anos que nunca foi beijada até conhecer Peter e que, apesar da idade, parece conhecer muito mais do mundo do que qualquer outra pessoa. Ela parece saber o que houve antes e o que ainda haverá.
Entretanto, que brilha mais nessa história a não ser a própria cidade de Nova Iorque onde tudo acontece?
"A cidade jaz no fundo deste lago. Aqui do alto, parece pequena e distante, mas a energia do lugar é visível, pois, mesmo quando a cidade parece não ser maior do que um inseto, ela está viva." (página 9)
Perseguido há mais de três anos por Pearly e os Rabos Curtos, Peter Lake decide fazer seu último roubo e tentar mudar o rumo de sua vida. Agora ele possui um cavalo (ou o cavalo o possui?) e a fuga será mais fácil. Ele decide roubar a residência dos Penn, já que aparentemente a família toda decidiu enfrentar uma viagem em pleno inverno (gente, quando eu digo inverno, é INVERNO mesmo). Entretanto, a jovem Beverly não seguiu a família para o Lago das Coheeries e está sozinha na casa enorme. Como será possível? Um ladrão no auge de seus 30 anos e uma jovem de 18 anos, com pouco tempo de vida se apaixonarem tão perdidamente à primeira vista?
"Não foi capaz de dizer nada. Não tinha o direito de estar ali, já fora profundamente transformado, não sabia conversar sobre amenidades, ela estava seminua, o sol estava raiando e ele a amava." (página 132)
O livro é repleto de magia, ou melhor, de momentos mágicos, que nos faz crer que milagres existem dentro de cada um de nós. A escrita poética do autor consegue emocionar, ainda que eu tenha sentido falta de diálogos (embora cada um dos diálogos presentes na trama pareça ter sido pensado sabiamente. O livro enfatiza por diversas vezes que nada acontece por acaso, acredito que isso também se aplica a cada palavra usada pelo autor. Cada palavra foi pensada para causar o efeito que, de fato, causa.
Embora minha impaciência tenha me impedido algumas vezes de absorver essas palavras da melhor forma possível, agora, após finalmente finalizar a leitura, posso dizer que todo o excesso de descrições, explicações e divagações foram essenciais para o resultado final. Claro que muitas coisas que foram ditas em 30 páginas poderiam ter sido ditas em cinco e manter a qualidade da história (isso reduziria umas boas 200 páginas).
"Há justiça no mundo, Peter Lake, mas ela não pode existir sem mistério. Tentamos utilizá-la sem saber exatamente o que é, e tudo o que conseguimos fazer é observar-lhe a superfície." (página 168)
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Okay... me apaixonei pela escrita do autor, o modo como ele me deixou agoniada e ansiosa para saber o papel de cada personagem na vida/história de Peter Lake. Entretanto, não posso dizer que morri de amores pelo livro como um todo. Como eu disse anteriormente, o livro é descritivo em demasia e isso 'empacou' bastante a leitura. Claro que tem a vantagem de praticamente fazer parte de cada paisagem, clima ou situação descrita pelo autor, data a perfeição e riqueza de detalhes, entretanto, a letura ficou cansativa em vários momentos.
Sobre o final, não posso dizer muito para não dar spoiler, porém eu gostei e não gostei ao mesmo tempo do desfecho escolhido pelo autor. Há a vantagem do universo de possibilidades, mas também há a incerteza. Sem querer desanimar ninguém, eu me senti enganada e frustrada ao final da leitura (por conta do final). Talvez, se eu soubesse desse final, eu nem tivesse concluído a leitura. O livro me deixou com muitos mais perguntas do que respostas, por isso ainda não consegui tirar minhas próprias conclusões.
Eu recomendo a leitura, mas não se deixe influenciar pelas resenhas tããããão positivas e apaixonadas pelo livros, pois embora o livro seja bom, a história seja tocante.... a leitura não é nada fácil.
"O mundo é um lugar perfeito; tão perfeito que, mesmo que não haja nada depois, todas as coisas pelas quais passamos serão o suficiente." (página 714)
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Espero que gostem!!
Beijos e amassos!!
Aah esse é tipicamente aquele tipo de livro que eu desejo ler.
ResponderExcluirApesar da grossura ter me assustado também, fiquei super curiosa e com uma vontade tremenda de ler. E depois e claro, pode conferir o filme também.
Gostei da resenha, espero em breve poder ler e deliciar com a história.
Beijos.