2 de julho de 2013

RESENHA: Guia de Uma Ciclista em Kashgar

Editora: Intrínseca
Autor(a): Suzanne Joinson
Número de Páginas: 272

Sinopse: Em 1923, Evangeline English chega com a irmã Lizzie à antiga cidade asiática de Kashgar, na Rota da Seda, para ajudar a estabelecer uma missão cristã. Lizzie está fascinada por sua poderosa e inflexível líder, Millicent, mas as motivações de Eva para deixar a vida burguesa na Europa são menos claras. Juntas, as três mulheres tentam organizar sua nova casa em meio à pobreza local. Enquanto isso, Eva começa a trabalhar no seu livro, um guia para ciclistas que desejem se aventurar por aquela região.
Em Londres, nos dias de hoje, outra história tem início. Certa noite, uma jovem abre a porta de casa e se depara com um homem dormindo no corredor. Pela manhã, ele não está mais lá, mas deixa na parede o belo desenho de um pássaro de cauda longa e uma frase escrita em árabe. Tayeb, que saiu do Iêmen para morar na Inglaterra, aparece na porta de Frieda no dia em que ela descobre ser a parenta mais próxima de uma mulher que acabou de morrer, uma mulher de quem ela nunca ouviu falar e cujo apartamento abandonado contém muitas surpresas, entre elas uma coruja mal-humorada.
Quando os mundos de Frieda e Tayeb se encontram, os dois iniciam uma amizade improvável e embarcam em uma aventura inesperada, como a de Eva. Repleto de cenários de tirar o fôlego e personagens inesquecíveis, Guia de uma ciclista em Kashgar é uma história extraordinária sobre tradições e relacionamentos que atravessam gerações.
Olá gente lindaaaa!
Sentiram falta de resenha aqui no blog? Estou em final de semestre na faculdade, por isso está sendo um pouco difícil conciliar minha vida acadêmica com minha vida bloguística. Levei quase duas semanas para ler um livro que eu leria em uns três dias, em tempos de pura normalidade e ócio. Loucura, loucura!

Guia de uma Ciclista em Kashgar é um livro que tem aquele temperinho de que eu tanto gosto: mescla entre presente e passado e, posso dizer que foi um prato cheio. Um prato cheio de uma cultura, de aventura, de religião...
A história intercala os pontos de vista de Eva (1923) e Frieda (dias atuais). Duas mulheres diferentes, mas que de alguma forma têm algo em comum.
Eva narra em primeira pessoa e os conta sobre sua aventura 'missionária' em cidades e vilarejos orientais. Com a irmã Lizzie e Millicent (de quem não é a maior fã), Eva parte em missão, a fim de espalhar a palavra de Deus e conquistar novos fiéis... quer dizer, esse é o objetivo de Millicent Lizzie, mas Eva quer mesmo é escrever um Guia sobre a viagem e viu na missão uma oportunidade para colocar sua ideia em prática.. Três jovens, algumas bíblias e uma bicicleta.
"Essa anotações grosseiras e rabiscadas foram tudo o que consegui até agora como guia para entregar ao Sr. Hatchett, mas tenho planos grandiosos e resplandecentes para o meu livro. Será um novo tipo de livro "Guia de uma ciclista em Kashgar" é o título atual sob o qual estou trabalhando, e o subtítulo será "Como roubei em meio às missionárias"." (página 35)
Frieda, com pouco mais de quarenta anos e um cansaço acumulado após tantas viagens à países do oriente, um relacionamentos mal resolvido com um homem casado, a casa de uma desconhecida  (que a indicou como única parente) para esvaziar em uma semana e um estranho dormindo na porta se seu apartamento. Tá bom ou quer mais?
"Frieda percebeu que podia até gostar de estar nessa casa estranha, com uma pessoa estranha, e que talvez fosse exatamente ali que quisesse estar no momento." (página 134)
A medida que vamos lendo o guia escrito por Eva, vamos nos impressionando com as questões diplomáticas presentes na cidade chinesa e, a medidas que as três jovens vão passando por provações e acabam ficando sobre um tipo de prisão domiciliar, conhecemos um pouco mais de cada personagem sob o ponto de vista de Eva e, confesso que em pouco tempo desenvolvi um aversão à Millicent
Da mesma forma, acompanhando os passos de Frieda e sua tentativa de descobrir qual sua ligação com a desconhecida Irene Guy e, consequentemente, sua inevitável busca pela mãe que a abandonou tantos anos antes (tudo isso acompanhada do desconhecido Tayeb), vamos tentando relacionar as duas histórias.
*****
Guia de uma ciclista em Kashgar não um livro para devorar de uma única vez, é daqueles que você degusta aos poucos. A narrativa, às vezes descritiva em excesso, demora a fluir em certos momentos, mas o fato de os capítulos intercalarem o ponto de vista de Eva, Frieda e até mesmo Tayeb desperta curiosidade (o que é um incentivo e tanto). Na minha opinião, se o livro se limitasse a contar  a história de Eva e as provações pelas quais passa no deserto, o livro atenderia ainda mais minhas expectativas, pois, apesar de os personagens Frieda e Tayeb serem importantes no livro, a história que prevalece e se sobressai é a passada em 1923.
Eu recomendo a leitura, reiterando que deve ser feita aos poucos, de modo a se degustar os sentimentos humanos descritos com exatidão e profundidade.

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

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