12 de dezembro de 2016

RESENHA: O primeiro dia do resto da nossa vida

Editora: Arqueiro
Autor(a): Kate Eberlen
Número de páginas: 432

Sinopse: Tess e Gus foram feitos um para o outro. Só que eles não se encontraram ainda.
E pode ser que nunca se encontrem... Tess sonha em ir para a universidade. Gus mal pode esperar para fugir do controle da família e descobrir sozinho o que realmente quer ser. Por um dia, nas férias, os caminhos desses dois jovens de 18 anos se cruzam antes que os dois retornem para casa e vejam que a vida nem sempre acontece como o planejado.
Ao longo dos dezesseis anos seguintes, traçando rumos diferentes, cada um vai descobrir os prazeres da juventude, enfrentar problemas familiares e encarar as dificuldades da vida adulta. Separados pela distância e pelo destino, tudo indica que é impossível que um dia eles se conheçam de verdade... ou será que não?
O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida narra duas trajetórias que se entrelaçam sem de fato se tocarem, fazendo o leitor se divertir, se emocionar e torcer o tempo todo por um encontro que pode nunca acontecer.

Olá gente lindaaa!
Hoje venho falar de um livro do qual eu gostei muito, que me fez pensar - mais uma vez - que tudo tem um momento certo de acontecer. Se tem uma frase que define bem "O primeiro dia do resto da nossa vida", essa frase é "O que tiver de ser, será!".

Tess e Gus são dois jovens de 18 anos que estão passando as férias antes da faculdade na Itália. Eles não se conhecem, mas acabam se cruzando algumas vezes durante a viagem, mas mal trocam duas palavras. Ao voltar para casa, cada um deles espera, a seu modo, ter a chance de recomeçar suas vidas: Tess espera cursar Letras, como sempre quis e Gus, por outro lado, espera orgulhar os pais, como seu irmão sempre fez, embora seu sonha nunca tenha sido estudar medicina.
Em capítulos intercalados entre Tess e Gus, vamos acompanhando a vida dos dois durante uns 15 anos, torcendo para que eles se encontrem novamente e tenham a chance se se conhecer verdadeiramente.
"Enquanto dava uma olhada nos turistas que fotografavam a réplica da estátua do Davi de Michelangelo, comecei a me perguntar se eu reconheceria, afinal, aquela garota se a visse de novo." (página 26)
"Achamos que escolhemos nossos amigos, mas, talvez, seja apenas obra do acaso." (página 56)
A vida de nenhum dos dois acaba sendo o que eles esperavam: Tess, assim que volta de sua viagem de férias, vê seus sonhos e ambições indo por água abaixo e precisa assumir outras responsabilidades. E como eu sofri, gente! Como eu senti pena dela, e orgulho também, pois ela fez o seu melhor e tirou de letra (na medida do possível). Fiquei morrendo de raiva (até o final) do pai e dos irmãos de Tess, por "lavarem as mãos" e deixar toda a responsabilidade nas costas de Tess. Como se estivesse tudo bem uma garota de dezoito anos abrir mão das próprias ambições por tempo indeterminado. E, ah, se ela ousasse reclamar... #ódio
Gus, por sua vez, apesar de entrar na faculdade como queria, mesmo após a morte do irmão, continua vivendo a sua sombra. Eles cursa medicina porque era o curso que o irmão fazia, era a vontade de seu pai e era a coisa certa a fazer. Mas... ele ainda é Gus e seu irmão Ross ainda está morto. Gus não se torna Ross por fazer a mesma faculdade que o irmão. 
"Mas nunca consegui silenciar por completo a voz que gritava na minha cabeça sempre que eu estava sob pressão: Não quero fazer isso!" (página 177)
Ao longo dos mais de 15 anos em que a narrativa acontece, vamos acompanhando o amadurecimento de Tess e Gus, seus tantos erros e acertos, os vários obstáculos que eles tem de enfrentar. Posso dizer que me apeguei a eles e, a cada página, torcia para que eles tivessem um final feliz. Mesmo que separados, que fossem felizes e realizados. Mas, eita vida custosa, gente! Nada de muito mirabolante acontece. A realidade acontece. os acontecimentos são tão reais, os obstáculos tão palpáveis que poderia, sim, acontecer com qualquer um de nós. Tem uma frase de Harlan Coben que eu gosto muito e sintetiza bem a essência desse livro: "O homem planeja e Deus ri". E, é mais ou menos isso o que acontece. A gente vive fazendo planos, pensando no futuro, organizando nossas agendas, tentando encaixar cada atividade em nosso calendário, mas... afinal, que controle nós temos sobre o que vai acontecer daqui a um mísero minuto? NENHUM!
"Nem estava pensando em mim. É só que, às vezes, quando estou olhando para o céu limpo da noite, o universo parece tão vasto e aleatório que é estranho pensar em como nossos pequenos momentos na Terra podem conter tanto significado." (página 96)
Por diversas vezes os caminhos de Tess e Gus quase se cruzaram novamente, seja no café que ambos frequentam há anos, seja o (quase) quarto vizinho no dormitório da faculdade, sejam os amigos em comum ou a festa de casamento em que ambos estavam presentes. Todas essas situações me fizeram lembrar, mais uma vez, de "akai ito", a lenda chinesa que diz que as pessoas são ligadas por um fio vermelho (invisível) do destino e que, mesmo que esses fios se embaralhem continuamente, essas pessoas estão destinadas a se encontrar em algum momento. 
"Minha mente vagueou pelos grandes pares românticos da literatura, Será que eles realmente tinham se encontrado porque estavam destinados um ao outro ou apenas porque moravam próximos?" (página 61)
Eu amei (e sofri) durante toda a leitura e, durante todo o tempo eu fiquei refletindo sobre minha própria vida, sobre os planos para o futuro e sobre o fato de eu, muitas vezes, deixar de viver verdadeiramente o presente, pensando no futuro. Sempre deixando algo para depois ou tentando fazer TUDO quanto for possível agora para não ter arrependimentos no futuro. Deve ser a tal crise dos vinte eu poucos, ou a crise do ser humano, mesmo. Leitura mais do que recomendada!

Classificação: 

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

2 comentários

  1. Incrível como uma decisão pode mudar a direção das vidas de Tess e Gus!! Eles se conhecem muito jovens, cada um tem responsabilidades pela frente, e isto faz com que eles não se encontrem apesar de estarem no mesmo lugar!! Ansiosa para saber se este reencontro acontece!! Torcendo pelos dois!! Quero muito ler!!

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    Respostas
    1. Oi, Francisca!
      Menina, nem me fale. Fiquei agoniada a cada desencontro.
      Leia, você não vai se arrepender!

      Beijos!

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