5 de fevereiro de 2015

RESENHA: Vermelho como o Sangue (Trilogia Branca de Neve #1)

Editora: Novo Conceito
Autor(a): Salla Simukka
Número de Páginas: 240

Sinopse: No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.
Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.
Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios.
Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma.

Olá gente lindaaaa!!
Hoje venho falar de um dos lançamentos de novembro da Editora Novo Conceito, um livro que eu estava suuuuuper curiosa para ler e, ainda assim, nem li a sinopse antes de iniciar a leitura. Estou falando de "Vermelho como o Sangue", o primeiro livro da "Trilogia Branca de Neve", da autora Salla Simukka. Antes de iniciar a leitura eu acreditava se tratar de uma releitura do famoso conto de fadas, mas encontrei uma história cheia de mistério e suspense sobre uma garota sueco-finlandesa que esconde lembranças de um passado que prefere esquecer; uma garota solitária, isolada.Uma garota que aprendeu a enfrentar seus medos. Uma garota que, ao acaso, acaba se envolvendo em uma história perigosa envolvendo traficantes poderosos e um saco de dinheiro ensanguentado.

Lumikki é uma jovem (cuja idade eu não me lembro) que tenta levar uma vida normal, mora sozinha a algumas cidades de distância de seus pais e estuda em uma conceituada escola de artes. Ela é o tipo de garota que não se enturma, não tem amigos e faz questão de não ser notada, não ser lembrada. Às vezes é melhor ser invisível.
"Ela sabia que os papéis que muitas pessoas representavam eram apenas máscaras que elas colocavam no começo de cada dia escolar para que fosse mais fácil encontrar seu lugar na multidão. Ela não culpava ninguém por isso." (páginas 27-28)
Em um desses momentos em que busca silêncio e solidão em meio a tantos alunos, cujas preocupações e conversas são sempre superficiais e irrelevantes, Lumikki entra - como tantas outras vezes - na câmara escura para aguardar o início de sua próxima aula. No entanto, mesmo na completa escuridão, Lumikki notou algo diferente no vestíbulo: um cheio penetrante de sangue seco. Ao acender a luz, dá de cara com muitas e muitas notas de quinhentos euros penduradas, revém lavadas... anteriormente ensanguentadas.
De um dia para o outro, Lumikki passa de garota isolada para cúmplice de dois dos alunos mais populares da escola de artes, Elisa, Tukka e Kasper. É aí que a ação começa. Com a ajuda de Lumikki, esse trio tentará descobrir a quem pertencia o dinheiro ensanguentado que encontraram no quintal de Elisa - cujo pai é policial. A partir daí, esse grupo (principalmente graças a Lumikki) começam a descobrir várias coisas que deveriam ficar como estão. Coisas que sera melhor não serem descobertas. Muitas pessoas terão suas vidas afetadas se cada uma dessas coisas vierem à tona.
"Havia coisas sobre as quais era melhor não falar.
Havia coisas que ficavam piores se você as nomeasse em voz alta." (página 90)
Em meio a cenas de suspense e ação (principalmente as fugas de Lumikki, que é a única a "colocar a mão na massa" para desvendar o caso), vamos tendo flashs do que pode ter acontecido com ela no passado, algo que a mudou profundamente, algo que a feriu, a fez temer e a fez crescer. Há, também, a menção a um relacionamento que terminou, embora os sentimentos ainda permaneçam em seu coração. Espero que isso seja desenvolvido nos livros seguintes.
"Ela se lembrava de ter olhado para si mesma no espelho em algum momento do outono da primeira série, um pouco antes do Natal, e de ter visto uma menininha assustada e chocada que nunca poderia ter acreditado que algo como aquilo pudesse acontecer com ela. Que algo assim tivesse existido. "Eu não sou mais eu." Foi o que ela pensou. E era verdade. Ela se tornara outra coisa, um tipo diferente de menina." (página 135)

***
Além do nome da protagonista, que em finlandês significa "Branca de Neve", poucos aspectos da história lembram o conto de fadas. Na verdade, acho que se trata mais de uma analogia do que de uma releitura. Em certo momentos da narrativa, há trecos em que o narrador ou a própria Lumikki compara a situação vivenciada com o conto original, mas não espere encontrar uma madrasta má, anões, uma maça envenenada ou um príncipe. O que você irá encontrar será uma adolescente calada, que guarda segredos do passado e, convenhamos, um verdadeiro clichê adolescente que não sai de moda (não para mim, pleo menos). Tudo isso narrado com uma velocidade invejável (e um pouco frustrante, confesso). Sou do tipo que adora uma cena mais detalhada, mas em "Vermelho como o Sangue", dada a velocidade com que as coisas acontecem e o fato de a narrativa ser em terceira pessoa, a única coisa que foi bem descrita foi o terrível inverno, a neve por toda a parte e a sensação de sentir as pontas dos dedos congeladas.
O livro é diferente do que eu esperava e o final foi satisfatório, embora tenham ficado algumas coisas no ar. É uma leitura que eu recomendo e confesso que aguardarei ansiosa pelos próximos livros da trilogia, pois quero conhecer um pouco mais o passado da protagonista e espero que ela tenha um final feliz (e um romance, por favor!). Gostei da escrita da autora (embora deseje um pouco mais de detalhismo nos livros seguintes) e, com exceção dos nomes complicados, a leitura flui suuuuuper rápido.

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!




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