27 de outubro de 2014

RESENHA: Ser Feliz é assim

Editora: Galera Record
Autor(a): Jennifer E. Smith
Número de Páginas: 400

Sinopse: A vida — assim como o amor — é cheia de conexões inesperadas e enganos oportunos. Uma ligeira mudança no curso pode gerar consequências surpreendentes. Afinal, às vezes, o desvio, o atalho é o verdadeiro caminho. A estrada que deveríamos ter escolhido desde sempre... Se pelo menos tivéssemos a coragem de fazer do coração nossa bússola.
Graham Larkin e Ellie O'Neill não poderiam ser mais diferentes. O rapaz é um ídolo adolescente, um astro das telas de cinema; uma vida calcada na imagem. O cotidiano constantemente sob o escrutínio dos refletores. Agentes, produtores, RPs, assessores... Já Ellie passou a vida escondida nas sombras, fugindo de um escândalo do passado enterrado em sua árvore genealógica.
Mas, mesmo sem aparentemente nada em comum, os dois acabam se conhecendo — ainda que virtualmente — quando Graham envia a Ellie, por engano, um e-mail falando sobre o porco de estimação Wilbur. Esse primeiro contato leva a uma correspondência virtual entre os dois, embora não saibam nem o nome um do outro. Os dois trocam detalhes sobre suas vidas, esperanças e medos.
Então Graham agarra a chance de passar tempo filmando na pequena cidade onde Ellie mora, e o relacionamento virtual ganha contornos reais. Mas será que duas pessoas de mundos tão diferentes conseguirão ficar juntas? Será que o amor é capaz de vencer — mesmo — qualquer obstáculo? E mais importante... é possível separar ilusão de realidade quando o coração está em jogo?
Olá gente lindaaaa!!!
Hoje venho falar de um YA fofínho que li na última semana. Mais um livro levíssimo da autora Jennifer E. Smith, mesma autora de "A probabilidade estatística do amor a primeira vista". O livro, apesar de leve e fluido chega a ser um tanto quanto contraditório, pois ao mesmo tempo em que tenta nos passar mensagens sobre o que é ser feliz e tudo mais, possui protagonistas bastante insatisfeitos.

Quando eu li a sinopse desse livro, confesso que imaginei que fosse um chick-lit (mesmo com o fato de a autora escrever YA...), mas assim que comecei a leitura percebi que não era esse o caso. Não posso dizer que o livro foi uma decepção completa, mas sem dúvida, a leitura me pareceu um pouco morna.
A escrita fluida da autora e o fato de eu já ter sido uma adolescente ( o que significa que vez ou outra, ao ler um YA, sinto saudades das minhas preocupações banais que pareciam tão importantes na época....) foram ingredientes-chave durante a leitura, pois a história em si não apresenta sequer um clímax, nenhum acontecimento bombástico...
A história gira em torno de Ellie e Grahan, duas pessoas que tinham tudo para sequer se esbarrarem, mas que por acaso (ou destino), acabam trocando e-mails. Ela, uma garota do interior, mais especificamente em Henley, uma cidadezinha pesqueira do Maine. Ele, pelo contrário, um astro de cinema, que mora na badalada Califórnia. Duas pessoas que tinham tudo para passar a vida sem se encontra, sem se esbarrar, sem se conhecer... Mas, como eu sempre digo, o destino não brinca em serviço (principalmente nos livros). 
Ao receber um e-mail de um desconhecido falando sobre um tal Wilbur, um porco de estimação, Ellie jamais poderia imaginar que se tratava de ninguém menos que Graham Larkin, um ator de cinema com uma carreira recente, porém bastante promissora.  
E-mail vai, e-mail vem... eles falam sobre nada e sobre tudo, mas nenhum dos dois faz questão de dizer o próprio nome. Eles não precisam disso. A relação platônica e verdadeira que construíram não precisa de tal formalidade. 
"Ele nunca tinha imaginado que pudesse ser tão importante ter alguém com quem conversar daquela maneira; não sabia que as mensagens poderiam se transformar numa espécie de bote salva-vidas e que, sem elas, não haveria ninguém para salvá-lo caso começasse a se afogar." (página 238)
Mas, quando Graham tem a chance de gravar cenas de seu próximo filme na cidade de Ellie (na verdade ele mexe os pauzinhos para que isso aconteça), ele sabe que tem a chance se conhecê-la após vários meses de uma intensa e ininterrupta troca de mensagens.
O encontro entre os personagens não chegou nem perto de ser emocionante ou causar um friozinho na barriga, isso me incomodou um pouco em princípio, mas depois acabou fazendo sentido. Se pararmos para pensar na facilidade com que nos comunicamos e 'correspondemos' com desconhecidos pela internet, o modo como vamos criando relações virtuais desinibidas e descomplicadas que, em outra situação (em uma situação real) seriam bastante diferentes, entenderemos que a relação entre Ellie e Graham era, de fato, mais platônica do que qualquer outra coisa.
"Ele conseguia vê-la bem e a reação foi exatamente aquela que havia imaginado mais cedo. Foi como levar um soco em cheio no estômago." (página 87)
"E agora ali estava ele, parado na entrada de sua casa, com um sorriso de 1.000 watts, seu cabelo perfeito e aquele par de olhos que pareciam enxergar até o fundo de sua alma (...)." (página 95)
Apesar de não haver grandes acontecimentos ao longo do livro, a leitura foi rápida e agradável. De algum modo a história nos faz pensar no que nos faz feliz. Nas coisas a que damos importância. Será que estamos valorizando as coisas certas?
Graham é um astro de cinema, rodeado de pessoas importantes, mas afastado da família por causa de sua carreira. As pessoas a sua volta são seu empresário, colegas de trabalho... enfim, ninguém com quem possua qualquer laço de amizade. Ellie, por sua vez, vive com a mãe e tem uma melhor amiga, porém, nunca pode ser totalmente sincera nos anos de amizade. Sua mãe a faz guardar um segredo: a identidade de seu pai, um Senador famoso de quem ela "fugiu" quando Ellie era apenas uma garotinha. Esse também é o grande obstáculo que surge na possível relação entre Ellie e Graham. Se é, de fato, preocupação maternal ou puro egoísmo eu não sei. Só sei que, aos 16 anos eu, muito provavelmente, não seria tão obediente quanto Ellie. Quem não gostaria de viver uma história de amor juvenil com um astro de cinema - que já sente conhecer muito bem por conta da troca de e-mails?
"As lembranças da infância eram como a bagagem nas viagens de avião: não importava a distância a ser viajada ou a duração dela, cada pessoa só tinha direito de levar duas malas. E ainda que nessas malas coubessem algumas recordações indistintas - uma lanchonete com uma jukebox na mesa, ser empurrada num balanço de pracinha, a sensação de alguém levantando seu corpo e girando-o no ar - tais momentos nunca seriam suficientes para durar uma vida inteira." (página 120)
***
Eu recomendo a leitura, pois não foi uma experiência desagradável, pelo contrário, o livro cumpriu bem o seu papel: entreter. Entretanto, não espere grandes emoções e não leve a sinopse muito em conta. É um livro leve, fofinho até, e realmente bastante fluido.

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

Um comentário

  1. Oi, Amanda!
    Li o primeiro livro da Jennifer há um tempo, e adorei, pois é aquele tipo de livro que a gente lê para desestressar. Acho que nunca li um livro que tivesse duas pessoas que se conheceram virtualmente e se falam por e-mail. Gostaria muito de conferir a história! Lembrei de um filme que vi parecido com esse. Beijos!

    Letícia Valle
    Litteratura Mundi

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