10 de abril de 2017

RESENHA: A Câmara Sangrenta e outras histórias

Editora: Dublinense
Autor(a): Angela Carter
Número de páginas: 224
TAG - Experiências Literárias (edição de março/2017)

Sinopse: Originalmente lançados em 1979, os contos aqui reunidos são prova da sofisticação e criatividade de Ângela Carter. Ao se apropriar de histórias folclóricas como Chapeuzinho Vermelho e a Bela e a Fera, além de personagens míticos como vampiros, lobisomems e entidades sobrenaturais, a autora reconstrói um universo realista que bebe no fantástico. Como quem desmancha um quebra-cabeça, ela reposicionar as peças do feminino, da violência, da sexualidade e do heroísmo em um imaginário inovador e indiferente aos paradigmas de sua época.
Embora pouco conhecida no Brasil, Ângela Carter é considerada uma das principais escritoras inglesas do século 20. Sua obra é tão vasta quanto variada: são mais de trinta livros, entre contos, romances, poemas, ensaios e peças. Acumulou diversos prêmios durante a carreira, mas sua grande conquista está no legado artístico e humano de suas palavras. A Câmara sangrenta e outras histórias é um dos melhores exemplos de seus méritos.

Olá gente lindaaa!!
O livro sobre o qual eu vou falar hoje é um pouco diferente do que vocês estão acostumado a ver aqui no blog, pois se trata de um livro de contos.
Confesso que não sou uma leitora de contos, a maioria dos contos que li na vida foi por conta de alguma obrigação escolar ou universitária, nunca pelo simples prazer de lê-los. Porém, quando recebi essa edição MARAVILHOSA de "A câmara sangrenta e outras histórias", de Angela Carter, edição de março da TAG - Experiências Literárias (Confiram a UNBOXING!), e a promessa de serem releituras de contos de fadas por um viés feminista, eu logo me interessei. No entanto, confesso que ainda estou tentando encontrar um fiapo que seja de feminismos nos contos que compõem a coletânea.


São dez contos, na ordem: A câmara sanguenta, O sr. Lyon faz a corte, A noiva do tigre, O gato de botas, O rei dos elfos, A filha da neve, A senhora da casa do amor, O lobisomem, A companhia dos lobos e A loba Alice. E, acreditem se quiser, só gostei do primeiro conto, principalmente por se tratar da releitura do famoso Barba Azul. Coincidentemente, estou assistindo a um dorama coreano (sim, outro!) em que há um maníaco que se inspira do marquês do conto (bizarro!), por isso foi interessante conhecer um pouco da história. Não sei até que ponto a história escrita por Angela Carter é fiel ao conto original, mas eu gostei bastante. Talvez seja o único conta que retrate uma personagem feminina forte, embora não seja a protagonista. Já os outros...



Comecei a ler "A câmara sangrenta e outras histórias" com a expectativa de encontrar contos com muito "girl power", mas... me deparei com contos que misturam fantasia, um clima sombrio, erotismo e páginas e mais páginas de descrições desnecessárias.
"Casava-me, exilava-me; sentia isso, sabia que era isso." (página 23 - A câmara sangrenta)
Acho que na época em que foram publicados pela primeira vez (meados da década de 1960, se não me engano), esses contos podem ter tido um efeito diferente, principalmente por retratar a sexualidade a a nudez feminina, mas eu esperava ver a "desconstrução" desses contos, um ponto de vista diferente, enfim, algo que me fizesse repensar alguns aspectos dos contos de fadas, que seguem propagando um determinado modo de ser, viver, se comportar, etc. há gerações.
"Mas as coisas selvagens têm um medo muito mais racional de nós do que nós delas, e algum tipo de tristeza em seus olhos da ágata, que pareciam quase cegos, como se cansados da visão, a comoveu." (página 77 - O sr. Lyon faz a corte)
Devo dizer que não sou especialista em literatura, nunca estudei crítica literária nem nada, por isso não sei o impacto que as narrativas de Angela Carter costuma ter (e teve). Estou apenas expondo minha opinião, o fato de a escrita da autora não ter me cativado, de ter me dado sono, de ter me feito concluir a leitura apenas pelo sentimento de "obrigação". Esse não é o tipo de experiência ou sentimento que eu busco em uma leitura.
"Qualquer manicure competente vai dar um jeito em suas garras. Vamos transformá-la na garota encantadora que ela é; vou curá-la de todos esses pesadelos." (página 183 - A senhora da casa do amor)
Outro ponto que eu devo destacar é o fato de, várias vezes, eu ter ficado um pouco perdida, sem saber se o trecho lido era uma fala, um pensamento de algum personagem ou a narração da história. Não sei se é uma característica da autora ou problema de tradução, já que não sou especialista ou estudiosa do assunto (como já comentei).
Enfim, se eu recomendo? recomendo o primeiro conto, que achei realmente interessante Os demais, e pareceram maçantes e enfadonhos do começo ao fim. Mas, como é sempre importante lembra, um livro pode proporcionar diferentes experiências a diferentes leitores, então não se prendam à opinião alheia e arrisquem, tirem suas próprias conclusões. Talvez o livro seja incrível pra vocês.

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!

5 comentários

  1. algum interesse em vender? tenho grande interesse nele e nao encontro em lugar algum

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    1. Oi, Erik, tudo bem?
      No momento não tenho interesse em vender, não. Apesar de não ter gostado muito do conteúdo, sou louca por edições lindas hahah (vai entender, né?!). Se eu mudar de ideia, te aviso.

      Beijos

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  2. Erik Gomes, boa noite. Tenho ele novinho. Nunca li. Foi a tag que enviou. Como tinha prioridade em lê outros, nunca li...e talvez não vou lê-lo. Se estiver interessado, contactar-me

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    1. Se o Erick não se manifestou, tenho interesse :)

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    2. Aínda tem interesse em vender? Caso sim pode me mandar um e-mail? marianagomespc@gmail.com

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