Autor(a): Rupi Kaur
Número de páginas: 192
Sinopse: A terceira coletânea de poesias de Rupi Kaur, maior fenômeno da poesia mundial nos últimos anos. Um dos temas mais frequentes na obra de Rupi Kaur é a importância que há em crescer e estar sempre em movimento. Em Meu corpo minha casa, ela leva leitoras e leitores a uma jornada de reflexão através da intimidade e dos sentimentos mais fortes, visitando o passado, o presente e o potencial que existe em nós. Os poemas dessa coletânea, ilustrada pela autora, inspiram uma conversa interna em cada um, lembrando que precisamos nos preencher de amor, de aceitação e de confiança em nossas relações familiares e de comunidade. E, sempre precisamos estar de braços abertos para as mudanças em nossas vidas.
Olá gente lindaaaaa!
Será que este ano teremos uma Amanda mais ativa por aqui? (se é que postar uma resenha por mês seja "ser ativa").
Que eu não leio mais como antes não é novidade para ninguém, e essa é razão por eu não me dedicar tanto ao blog (e este é um belo de um eufemismo), mas os livros da Rupi Kaur tem o poder de me reconectar com a leitura e me ajudam a relembrar os velhos tempos, quando eu pegava um livro para ler um capítulo e devorava.
"meu corpo minha casa" é o mais novo lançamento da autora, e antes dele vieram "outros jeitos de usar a boca" e "o que o sol faz com as flores". Assim como as coletâneas anteriores, o livro é dividido em partes, quatro para ser mais precisa: mente, coração, repouso e despertar.
Assim como nos livros anteriores, Rupi Kaur fala de forma sincera e crua sobre a dor de ser mulher, sobre nossas dores diárias em uma sociedade que nos aponta o dedo e nos faz sentir culpadas simplesmente por sermos o que/quem somos: mulheres. A autora nos abre os olhos para o fato de que a sociedade tenta nos diminuir porque, na verdade, teme o nosso poder.
Sempre que leio a poesia de Kaur, eu respiro fundo e noto que carrego nos ombros o peso do mundo. E tenho certeza que se você é mulher, isso é inevitável. Diária e constantemente somos oprimidas, acusadas e podadas por todos os lados, por isso é importante saber que não estamos sozinhas, que juntas somos mais e mais fortes. Não precisamos mais aceitar (suportar) que nos limitem, que nos moldem, que nos façam acreditar que nosso corpo não é o ideal, que nosso rosto, nosso comportamento, nossos pensamentos e nossas palavras não são aceitáveis. Segundo quem?
Transcrevo abaixo alguns dos meus poemas favoritos de cada parte do livro:
mente:
"minha mente
meu corpo
e eu
moramos no mesmo lugar
mas às vezes parece
que somos três pessoas diferentes"
- desconexão (página 16)
"se você aceitasse
que a perfeição é inatingível
de que insegurança você abriria mão" (página 20)
"você põe tudo a perder
quando não ama primeiro você"
- e ganha tudo quando se ama (página 31)
"ou eu romantizo o passado
ou perco tempo me preocupando com o futuro
não é à toa
que eu não me sinto viva
eu não estou vivendo
no único momento que existe"
- presente (página 34)
"cansei de ficar decepcionada
com a casa que me mantém viva
estou exausta de tanto gastar energia
odiando a mim mesma"
- chega de ódio (página 49)
coração:
"gosto demais da minha vida
para ficar toda derretida
pelo próximo homem
que me deixar com frio na barriga
quando eu posso me olhar no espelho
e me tirar o fôlego" (página 69)
"não há nada que um homem possa fazer por mim
que eu não possa fazer por mim mesma"
- coisas que eu queria dizer à minha versão mais jovem (página 74)
"eu não vou fingirrepouso:
que sou menos inteligente
para que um homem fique
mais à vontade ao meu lado
a pessoa que eu mereço
vai ver o meu talento
e vai enaltecê-lo" (página 77)
"eu fico tão distraída
pensando no lugar aonde queto chegar
que esqueço que o lugar onde estou
já é muito especial" (página 110)
"calma eu pedi para minha cabeça
essa sua mania de pensar demais
enche a gente de tristeza" (página 122)
despertar:
"você tem tudo a ganhar
ao acreditar em você
mas perde tempo duvidando de si" (página 155)
"esteja aqui
no que o dia de hoje pede"
- é assim que você valoriza o amanhã (página 174)
"eu nunca mais terei
de volta esta versão de mim
me deixa pegar leve
e passar um tempo com ela"
- sempre evoluindo (página 183)
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