Editora: Talentos da Literatura Brasileira (
Novo Século)
Autor(a): Babi A. Sette
Número de Páginas: 528
Sinopse: Francesca Wiggs sofreu uma grande decepção amorosa e, desde então, está decidida a não se relacionar mais. Além de se dedicar a escrever o seu livro, ela resolve preencher os dias com um trabalho voluntário – a leitura para pacientes em coma proporcionaria para ela a distância para problemas com o coração. No entanto, um grande imprevisto ocorre quando ela passa a se sentir atraída pelo paciente. Mitchell, descrito como um poderoso magnata, seria a antítese de tudo o que ela busca em um homem... se não estivesse em coma. Precisar de alguém inconsciente seria um absurdo, não seria? Amar uma pessoa que nunca responde parece loucura! Francesca já havia entendido e sentia-se quase segura diante disso. Mas, e se Mitchell acordasse? A aproximação desses personagens tão diferentes revela um romance encantador e divertido, repleto de reviravoltas. Entre a vida e a morte, a ilusão e a realidade, o amor pode ser realmente o milagre que faz tudo mudar?
Olá gente lindaaa!!!
Hoje venho falar com vocês sobre um livro nacional do qual eu gostei muito (a começar pela capa) e, embora eu tivesse altas expectativas em relação a história, ainda assim me surpreendi a cada página, ora pelo rumo que a trama ia tomando, ora pela escrita da autora que tem um "Q" de poesia, um "Q" de intimidade... enfim, uma escrita crua e sensível ao mesmo tempo. Não é sem motivo que a primeira edição do livro já está esgotada na editora e quem em breve haverá uma segunda edição... com dois capítulos adicionais! *-*
Você bem sabem que sou uma romântica incurável, né?! Assim, quando 'descobri' o livro e, por consequência" entrei em contato com a autora e firmamos parceria (Obrigada, Babi!) logo imaginei que apaixonaria pela história. Só não sabia que a paixão seria tanta!
A história é ambientada principalmente em Nova York, a cacofonia urbana que a protagonista Francesca tanto ama. Francesca nunca conseguiu superar o abandono do pai, a quem nunca conheceu. Ela o esperou até seus quinze anos de idade. Depois, não mais.
Aos 26 anos, em um relacionamento sério e intenso de três anos com um promissor diretor de teatro, Francesca fica desolada ao ser traída. De novo. Primeiro o pai que a abandonou e nunca a procurou nem retornou suas tentativas de contato, agora Vince, seu namorado, a traindo em cima de um palco com uma atriz qualquer.
Francesca vai nos contando como tudo começou, como a relação entre atriz e diretor acabou saindo do controle e se tornando uma relação de amor e sexo, quando ela decidiu fazer teatro para tentar suprir suas faltas. Desde muito jovem ela se encontra com uma terapeuta e a recomendação é que ela se ocupe com diversas atividades para poder dispensar quaisquer remédios. Porém, o teatro nunca passou de um hobby, sua paixão mesmo é escrever histórias e, há algum tempo, está trabalhando em seu primeiro livro, que fala de algo que ela conhece bem: a Falta.
A fim de superar a traição de Vince, se ocupar e também ter a oportunidade de concluir seu livro, Francesca decide participar de um programa criado por um hospital da cidade, que consiste em fazer leituras para pacientes em coma. É assim que ela conhece Mitchell.
"Ela se abaixou até quase encostar os lábios na orelha dele e sussurrou:
- Sei que o lugar que você está deve ser pacífico e acolhedor. Deve ser difícil querer sair daí e voltar para toda essa bagunça, não é mesmo? Mas, pense bem, você pode fazer valer a pena." (página 61)
Acontece que, em sua própria carência, bem como o fato de notar que ninguém mais visita Mitchell apesar de ele estar em coma há alguns meses, Francesca acaba se envolvendo demais. Ela pesquisa tudo sobre a vida do homem que, mesmo inconsciente, acaba ocupando quase todas as horas de seu dia... ela pesquisa sobre métodos de tratamento alternativos, afim de ajudar na recuperação de Mitchell. O inevitável acontece: ela se apaixona. Gente, ela se apaixona por um homem inconsciente. Se pararmos para pensar no assunto, é ridículo! Mas também é lindo. O modo como isso acontece, o modo como a Babi vai envolvendo o leitor, torna algo tão completamente absurdo em algo compreensível.
Ao mesmo tempo em que acompanhamos os diversos sentimentos e apreensões de Francesca e torcemos para que Mitchell acorde e eles 'vivam um conto de fadas', vamos acompanhando a narrativa de seu livro. Em cada capítulo que ela lê para ele, conseguimos relacionar, de alguma forma, com o que a própria protagonista está passando.
"No começo ia algumas horas por dia. Aquilo passou a não ser suficiente. Então, passou a ficar o máximo que era permitido. Todos os dias. No começo era por caridade. Não soube quando passou a ser por necessidade." (página 87)
Mitchell, por sua vez, sempre foi o melhor em tudo, conhecido por ser viciado em trabalho e um verdadeiro 'perigo' nas negociações, do tipo que nunca perde. Seu histórico de casos amorosos (ou sexuais?) é bastante extensa. Sua relação com a família, por outro lado, é fria como o gelo. Seu contato com a mãe se limita ao que se refere às finanças da família e da empresa multimilionária. Por algum motivo que desconhecemos, ele nutre uma mágoa pela mãe e um sentimento de traição em relação a irmã.
Ele sempre foi (e nunca fez o mínimo esforço para negar) um cara frio e arrogante. Assim, conforme Francie (Francesca) vai descobrindo mais informações sobre o passado dele e, ainda assim, construindo uma imagem perfeita e irreal dele, é inevitável esperar por mais uma decepção.
NÃO É SPOILER, mas é claro que nós sabemos que Mitchell vai acordar em algum momento e vai rolar um romance. É óbvio, é o esperado! Mas, o modo como isso acontece é surpreendente. Quando iniciei a leitura e acompanhei as várias visitas feitas por Francie à Mitchell, eu imaginei que a história seria, basicamente, essa rotina. Imaginei que ela leria seu livro inteiro para ele, conseguiria curar suas próprias feridas na medida em que o próprio Mitchell fosse se curando e voltando à consciência. Imaginei que, em um belo dia, ele acordaria, se depararia com uma mulher linda em seu leito de hospital e dissesse algo clichê como "Foi sua voz que me trouxe de volta!". Eu sei, piegas até mesmo para mim, mas era exatamente isso que eu estava esperando (mesmo de um livro com mais de 500 páginas) e, se esse fosse o caso (e não foi) eu estaria satisfeita da mesma forma, pois a escrita da Babi faz isso: ela te prende do começo ao fim. Bem, nada disso acontece. O modo como Mitchell recupera a consciência e muitas e muitas e muitas reviravoltas acontecem me deixou completamente apaixonada.
"- Você se apaixonou por mim uma vez. Acho que foi mais fácil porque eu não estava lá, acordado, estragando as minhas chances." (página 390)
***
Com uma narrativa em terceira pessoa, a autora vai
desnunando os protagonistas de uma forma tão exata, tão certeira e tão real que me espanta.
Francie não é uma personagem qualquer, ela é como eu e você, ela tem suas inseguranças (e como...), suas dores, suas alegrias. Só mesmo alguém de uma sensibilidade singular seria capaz de se apaixonar por alguém inconsciente e vulnerável, sem esperar nada em troca, nem mesmo a reciprocidade do sentimento. os personagens secundários também dão um show, a melhor amiga, o amigo gato-gay, a enfermeira. Todos tem papel indispensável na trama e, embora não sejam tão explorados, são igualmente bem construídos. Aos fãs de literatura erótica, aviso que o livro tem umas ceninhas mais
calientes, mas na medida certa, nada descritivo ou explícito demais.
Infelizmente eu não posso entrar em detalhes ou falar das minhas cenas favoritas (gente, masquei tantas quotes que só Deus na caus!) pois acabaria soltando vários
spoilers. Mas é inegável que eu recomendo mil vezes. Favoritei não apenas o livro, mas também a autora. E mais, vou admitir que ao final o meu primeiro pensamento foi:
"Como eu gostaria de ter escrito esse livro!"
Mais uma vez eu gostaria de agradecer a autora pela oportunidade de conhecer essa história de amor, destino, esperança e superação. Adorei cada página!
Classificação:

***
Espero que gostem!!
Beijos e amassos!!