Autor(a): Sarah Ockler
Número de Páginas: 288
Sinopse: Quando alguém que você ama morre, as pessoas perguntam como você está, mas não querem saber de verdade. Elas buscam a afirmação de que você está bem, de que vocêaprecia a preocupação delas, de que a vida continua. Em segredo, elas se perguntam quando a obrigação de perguntar terminará (depois de três meses, por sinal. Escrito ou não escrito, é esse o tempo que as pessoas levam para esquecer algo que você jamais esquecerá). As pessoas não querem saber que você jamais comerá bolo de aniversário de novo porque não quer apagar o sabor mágico de cobertura nos lábios beijados por ele. Que você acorda todos os dias se perguntando por que você está viva e ele não. Que na primeira tarde de suas férias de verdade você se senta diante do mar, o rosto quente sob o sol, desejando que ele lhe dê um sinal de que está tudo bem.
Olá gente lindaaaa!
Finalmente consegui encaixar "Vinte Garotos no Verão" na fila de leitura! Ebaaa!
Estava doida para ler desde o lançamento, em março deste ano e, confesso, com altas expectativas.
"Antes, todos nós tínhamos sorte.Depois, só eu e Frankie.Foi o que todos disseram." (página 5)
Anna, Frankie e Matt sempre foram inseparáveis. Amigos de infância, melhores amigos do mundo todo...
Anna e Frankie, com a mesma idade, nunca esconderam a admiração (própria da idade) por Matt, irmão mais velho de Frankie. Por isso, quando, aos dezessete anos o rapaz morre de um ataque cardíaco, nada pode continuar a ser como era. Como deveria.
Perder alguém nunca é fácil. A gente precisa deixar que o tempo cuide da ferida que, de certa forma, nunca deixará de existir. No caso de Anna, porém, a ferida não se deve apenas ao fato de ter perdido um grande amigo, mas um grande amor. O pior de tudo é que ela não pode dividir isso com ninguém. Ela prometeu à Matt que guardaria segredo.... ela só não sabia que, com a morte dele, ela precisaria guardar o segredo eternamente.
"A partir desse dia tudo o que mais importava em minha existência só... deixou de importar. Eu estava imersa de novo sob as águas, vendo as coisas em câmera lenta, sem som nem contexto, sem sentir, sem me importar. O mundo poderia ter acabado que eu não teria notado.De certo modo, ele acabara mesmo." (página 22)
Apaixonada por Matt desde os dez anos, Anna mal conseguiu esconder a surpresa (e felicidade) quando, em seu aniversário de quinze anos, o amigo lhe dá um beijo. A partir de então dá-se início a uma série de encontros secretos noturnos. Eles sabem que não podem se esconder por muito tempo, mas precisam encontrar o momento certo para contar à Frankie sobre a nova relação entre eles.
Para ele, o momento ideal é durante as férias de verão, quando ele e a irmã estiverem relaxados na Califórnia, mas... poucas semanas antes, um ataque cardíaco acabou com tudo.
A amiga, por sua vez, não é, nem de longe, a garota com a qual Anna passou toda a infância. Ela está diferente. Está decidida, exercendo seu poder sobre os garotos, fascinada por moda e maquiagem... cheia de conversas fúteis.
"Todas as manhãs, eu acordo e me esqueço só por um segundo de tudo o que aconteceu.Quando abro os olhos, a lembrança me enterra como um deslizamento de rochas tristes e afiadas.Quando abro os olhos, estou pesada, como se houvesse gravidade demais pressionando meu coração." (página 25)
Um ano após a morte de Matt, a família de Frankie resolve passar as férias na Califórnia, como fazem todos anos, com exceção do último verão. Anna é o elo forte e, aparentemente, é ela que consegue manter as coisas no eixo, ainda que superficialmente. Mas as coisas continuam tensas. Embora Frankie haja como se estivesse tudo bem, Anna sabe que não está. Ela sente como se devesse andar pisando em ovos para não dizer o nome de Matt - não é como se ela própria estivesse pronta para trazer lembranças dele à tona.
Assim, em meio a uma casa cheia de recordações para a família, Anna conhece a casa, a praia e tudo aquilo sobre o que Matt lhe falava em todos os cartões postais dos verões anteriores.
Esse verão, segundo Frankie, será o M.V.T.T (O melhor verão de todos os tempos) e, ela faz uma proposta à Anna: ela precisam conhecer VINTE garotos. O que Frankie não imagina é que Anna já encontrou o SEU ÚNICO garoto no verão passado, mas ele morreu.
Mais do que qualquer coisa, Anna teme esquecer a sensação dos lábios de Matt nos seus se ela beijar outro garoto. Ela não quer que suas doces lembranças sejam substituídas por outras...
"Apenas engulo em seco.Faço que sim e sorrio.Um pé diante do outro.Estou bem, obrigada por não perguntar." (página 269)
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Então, confesso que ao iniciar a leitura eu estava com altas expectativas sobre esse livro e, de certa forme me decepcionei um pouco. Não me entendam mal, eu gostei do livro, só não achei "tuuuuudo isso" da história.
A história é bonita, de verdade. A tristeza da perda, a dificuldade em seguir adiante, a agonia de guardar segredos, a saudade.... a pessoa amada que não volta mais e a sensação de vazio, de abandono. O livro nos apresenta tudo isso e, em certos momentos, há algumas frases certeiras, daquelas que vão direto ao nosso coração e nos fazem refletir. Porém, em diversos momentos não concordei com as atitudes da protagonista. É certo que não há um tempo 'ideal' em que a pessoa precisa ficar de luto, nem o tempo exato em que a pessoa deve seguir adiante... só achei contraditório o modo como ela está presa no passado em um momento e, no outro, não está mais. Claro que a personagem deve estar confusa, mas achei pouco convincente do mesmo modo.
Eu recomendo a leitura, pois a história é fofa (o casa é fofo, embora tenha tido pouco tempo juntos) e as lembranças são tão delicadas, tão sensíveis que você fica com raiva da autora por ter matado a personagem. Mas, tome cuidado com suas expectativas...
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Espero que gostem!!
Beijos e amassos!!