Editora: Galera Record
Autor(a): Natalie Standiford
Número de Páginas: 344
Sinopse: Com um toque melancólico, o livro conta a singular ligação entre Bea e Jonah. Eles ajudam um ao outro. E magoam um ao outro. Se rejeitam e se aproximam. Não é romance, exatamente mas é definitivamente amor. E significa mais para eles do que qualquer um dos dois consegue compreender... Uma amizade que vem de conversas comprometidas com a verdade, segredos partilhados, jogadas ousadas e telefonemas furtivos para o mesmo programa noturno de rádio, fértil em teorias de conspiração. Para todos que algum dia entraram no maravilhoso, traiçoeiro, ardente e significativo mundo de uma amizade verdadeira, do amor visceral, Como dizer adeus em robô vai ressoar profunda e duradouramente.
Olá gente lindaaaa.....
Finalmente terminei de ler “Como dizer adeus em Robô” e, confesso que a sensação é de 'final inacabado'. (Ou vai ver eu simplesmente não consigo aceitar um final, seja ela qual for.)
Sabe quando você sente uma ponta de decepção durante a leitura, apenas por ter imaginado uma história completamente diferente, mas.... ao mesmo tempo não consegue parar de ler e se percebe apegada a cada um dos personagens, como se fossem pessoas reais? Pois bem, me senti assim durante toda a leitura.
Beatrice é a Garota Robô. Segundo sua mãe (que tem depressão ou algo parecido), Bea não é uma menina, é um robô sem coração. Bea até pode ouvir o tilintar de lata ao bater a mão na barriga... e, precisa ser assim, já que com a mudança constante de cidade, ela não pode se dar a luxo de se apegar a ninguém e a lugar nenhum.
Todas as noites, Beatrice tem dificuldades para dormir e, na primeira noite na cidade nova, Baltimore, Bea sente falta do programa de rádio que lhe fazia companhia em todas as madrugadas na antiga cidade.
“Acho que considerava reconfortante saber que não era a única que sentia uma ansiedade vaga e difícil de definir e estava procurando algo para botar a culpa.” (página 18)
Jonah, por sua vez é o Garoto Fantasma. Durante anos, ao passar pelos corredores da escola, Jonah ouve os outros alunos gritando “Ahhhhh um f - f - f – f – antasma!”. É assim desde a sétima série. Por sua aparência fantasmagórica, branco como leite, a ponto de se poder ver suas veias e, cabelos quase tão brancos quanto a pele.... Um garoto quieto, sem amigos a mais de uma década. Um garoto inteligente, solitário que com uma perda nunca superada....
Eis que Jonah apresenta Bea ao The Night Lights, um programa de rádio parecido com um talk show maluco que é transmitido todas as madrugadas. Sem nem ao menos se conheceram, Jonah oferece a Bea o consolo noturno de que ela tanto precisava.
É assim que a relação entre um fantasma e uma robô começa. De forma despretensiosa, Natalie Standford nos apresenta personagens bem construídos e um programa de rádio maluco, com ouvintes insones e que, mesmo sem se conhecerem, apresentam um vazio e uma necessidade em comum.
“Por que você está com tanto ciúme? – perguntei. – Não é como se você fosse meu namorado nem nada. Você é?
(...)
- Namorado é uma palavra tão idiota – falou Jonah. – Não, não sou seu namorado. Achei que estávamos muito além disso. O que somos não pode ser descrito por palavras triviais como namorado e namorada. Até mesmo amigos não chega nem perto de descrever.” (página 144)
Jonah é um garoto complicado. Cheio de problemas e assuntos mal resolvidos com o pai, consigo mesmo e com sua história. Um garoto que tem tudo para ser esquecido, caso já não o tenha sido nos últimos dez anos. Ele não é o tipo de personagem pelo qual o leitor se apaixona, pelo qual se envolve, mas com o qual se comove e torce para que tenha um final feliz. Bea, por sua vez, embora não seja excluída e zoada pela escola inteira, é tão solitária quanto Jonah e, em pouco tempo percebe que está dependente da amizade de Jonah e que, afinal de contas, ele é a única pessoa com quem ela se importa de verdade.
“Jonah franziu as sobrancelhas.
- O que diabos é isso?
- Estou gritando com você – falei – em Robô.
Ele ficou de pé tão rápido que a cadeira caiu para trás, batendo com força no chão.
- Quer aprender um novo idioma? É assim que se diz Vá para o inferno em Fantasma.
Ele saiu andando. (...)” (páginas 147 – 148)
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Ahhhh que vontade de ler tudo de novo!
Os personagens não são perfeitos.... eles têm defeitos e às vezes te dá nos nervos, mas são tão reais que você quase consegue chamá-los de amigos. São tão bem construídos, a história é tão singular que ao final de tudo você sente uma pontada de tristeza por ter que seguir em frente sem cada um dos personagens.
O livro me lembrou um pouco
Just Listen e os personagens, respectivamente, me lembraram os protagonistas do mesmo:
Annabel e
Owen e, o singular programa de rádio.
Confesso que ao ler o último parágrafo, as lágrimas que não surgiram durante toda a leitura, mesmo nos momentos mais comoventes, mais humanos e mais reais, finalmente transbordaram. Contudo, ainda não consigo dizer adeus. Em Robô. Em Fantasma. Em Amandês ou em qualquer outro idioma. Sentirei saudades do Garoto Fantasma e da Garota Robô!
Classificação:

***
Espero que gostem!!
Beijos e amassos!!